O que sei
como os doces ficam mais brilhantes, as palavras ficam mais doces, e nós nos misturamos às palavras. as coisas mais gostosas do mundo, os sorrisos mais fofos, mais gostosas e mais fofos que antes. - se o doce antes da mordida já brilhava, depois deve brilhar mais ainda -
e nós, perseguimos o vento.
Por Lis 7:25 PM
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sexta-feira, junho 23, 2006
Sojro
Eu sojro. Tu sojras. Ele sojra. Nós sojramos. Vós sojrais. Eles sojram.
Entre a tese e a antítese, lá está sojro. Sojro é o vácuo da lógica. Não respeita a lei da incerteza. O sojro é a regra de ouro antieuclidiana e antiaristotélica. Sojrarei. Sojrarás. Sojro é um verbo que derivou de um substantivo que derivou de um adjetivo que derivou de um verbo que derivou...
- o criador da palavra e parceiro de divagações intraclasse:Rafael. -
Quero deixar bem claro: Se tu és uma palavra, quero te comer. Por Lis 8:16 PM
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terça-feira, junho 20, 2006
Singelo demais, Café depois.
Eu tenho uma vontade indescritível de comer palavras, porque simplesmente tenho um prazer esquisitíssimo em pronunciá-las. Os ésses sibilosos pelos dentes e os éles lambuzando o céu da boca. Cada som, qualquer fonema. Devo essa peculiaridade, entre muitos outros, à Chico Buarque, que tem o tempero certo para a degustação da língua. Ao Chico, meus sinceros agradecimentos e felicitações, já que fez aniversário ontem. Não é alguém pra ser esquecido.
Café (pequeno expresso)
Amarga na boca o pôr-de-sol, fazendo deslizar a sintaxe da cerâmica - fonética - até a língua.
Semântica de espuma, dois torrões de métrica e canela em pó. - pois só em pó pode ser - nas aliterações do fim da tarde.
Por Lis 1:48 PM
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sábado, junho 17, 2006
O Monólogo de Regina
-Ah, que estupidez a minha! Eu com esses esquecimentos... Não posso mais esquecer de apresentar as pessoas, depois acontece algum constrangimento e a culpa é toda minha, que bobagem! Olha, eu vivo esquecendo das coisas, hoje cedo quase esqueci de colocar as cerejas no ponche, o Carlos que me mataria se eu tivesse de fato esquecido...Espero que vocês estejam gostando da recepção, casa nova é essas coisas, no fundo dá aquele nervoso de deixar tudo arrumado até os convidados chegarem... Ah, mas de qualquer forma... É claro!! Vocês não podem esquecer de provar esses canapezinhos, eu mesma fiz o patê, uma mistura especial de ervas e queijos... O Carlos aprovou... Está uma de-lí-ci-a!!! O que eu ia falando? Ah sim, qualquer coisa chamem a Marlise, ela está servindo a todos, e se precisarem de algo, por favor, chamem-na, certo? Os banheiros ficam no corredor aqui no fim do hall de entrada, não sei se o Carlos já mostrou a casa pra vocês, ele sempre esquece de fazer essas coisas... Enfim... Divirtam-se, que eu preciso urgentemente chamar o Carlos pra trocar uma lâmpada, já que o eletricista não veio a tempo... De que adianta pagar se essas pessoas nunca chegam?? Oh, queridos, boa festa, se precisarem, podem me chamar, ok??
...
- Hãm... E o seu nome é?
Por Lis 2:09 PM
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quinta-feira, junho 15, 2006
Confessionário
Perdoa-me, se puderes, pois pequei.
Por olhar em teus olhos e ver neles os meus, sem lembrar que já eram teus, antes de sequer olhá-los.
Por sorrir por ti em sorrisos quebrados, por rir, apenas, e rir de mim, rir, simplesmente, por dentro, completa de amores inventados.
Já que apenas inventei, inventei teus olhos, o gosto de tua boca, até inventei um cheiro só teu.
Perdoa-me, por ter esquecido de inventar, entre os teus desejos, teu desejo por mim.
Por Lis 5:47 PM
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